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Por que votei contra o projeto de lei que cria um subgrupo salarial para médicos em Vargem Alta
Publicado em: 11 de junho de 2025

Desde que entrei na vida pública há 24 anos, assumi um compromisso com a justiça, a responsabilidade fiscal e o respeito ao funcionalismo público de Vargem Alta. É com esse compromisso que, de forma clara e coerente, votei contra o Projeto de Lei Substitutivo nº 02/2025, que cria um subgrupo salarial exclusivo para cargos médicos no município.
Esta não foi uma decisão fácil, mas foi necessária. E quero explicar aqui, de forma objetiva, os principais motivos que me levaram a essa posição firme e consciente.
Valorização não pode significar exclusão
A proposta aprovada concede aumentos de mais de 200% para apenas cinco profissionais, entre eles um efetivo e quatro aposentados. Enquanto isso, motoristas, professores, agentes administrativos, profissionais da limpeza urbana — que também enfrentam jornadas pesadas e desafios diários — continuam com seus salários defasados.
Sou a favor da valorização dos médicos, sim. Mas acredito que é irresponsável e injusto não valorizar todas as categorias de servidores da Prefeitura. A maioria dos servidores hoje ganha apenas um salário mínimo. O reajuste aprovado de 4,83% sequer alcança esse valor base. A Prefeitura precisa complementar com recursos próprios para garantir o mínimo, o que desmotiva muitos profissionais.
Como um servidor que ganha um salário tão baixo consegue sustentar sua família com dignidade e trabalhar motivado? Isso não é valorização, é descaso com quem sustenta os serviços essenciais do município.
Justiça se faz com equidade
Criar um privilégio para uma única categoria, sem discutir um Plano de Cargos e Salários para todos os trabalhadores do município, viola o princípio da equidade. A justiça não se faz privilegiando poucos. A justiça se faz com coerência, com transparência e com políticas públicas abrangentes.
Responsabilidade fiscal e respeito ao Instituto de Previdência de Vargem Alta
A medida aprovada traz um impacto estimado de R$ 593 mil por ano ao Ipreva, o instituto de previdência dos nossos servidores. Isso compromete a sustentabilidade futura do sistema — o que é um risco real para aposentadorias, pensões e benefícios de todos os trabalhadores públicos municipais.
Não podemos admitir que decisões pontuais e direcionadas comprometam a segurança de centenas de famílias que dependerão do Ipreva no futuro.
Não resolve o problema da saúde pública
O projeto não oferece uma solução real para os desafios da saúde em Vargem Alta. A falta de médicos no interior exige planejamento, estrutura e soluções duradouras, como a terceirização da gestão das unidades, a criação de incentivos por produtividade ou, em último caso, a decretação de emergência na saúde.
Aumentar salários para poucos, sem um plano concreto, é uma medida paliativa que não enfrenta o verdadeiro problema.
Meu voto
Meu voto foi contrário porque acredito em uma gestão pública justa, sustentável e responsável. Defendo a valorização de todos os servidores públicos municipais, e não apenas de uma categoria, por mais importante que ela seja.
Estarei sempre ao lado da verdade, da coerência e da maioria silenciosa que, dia após dia, trabalha para fazer Vargem Alta crescer.
Não sou a favor do projeto, porque acredito que todos os servidores merecem ser valorizados. É preciso reconhecer o trabalho de cada servidor, seja ele da saúde, da educação, da limpeza, da administração ou da infraestrutura.
Seguimos na luta pela real valorização dos servidores públicos municipais. E reafirmo: lutarei incansavelmente pelos servidores do município de Vargem Alta!
Essa é a minha postura. E ela não muda conforme o vento.
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